Capitania os Portos decide mudar normas para cruzeiros em Búzios
A Capitania dos Portos reduziu de quatro para dois os pontos de fundeio de cruzeiros em Búzios. Com a iniciativa, os locais de embarque e desembarque ficarão posicionados a mais de 500 metros de áreas de interesse ecológico. A partir da próxima temporada, que terá início em outubro deste ano e irá até abril de 2012, as embarcações passarão a usar bóias de amarração para evitar o problema do arrasto de âncoras, que causavam danos no leito marinho, bem como a morte de peixes e crustáceos, em prejuízo à pesca local.
A apuração, feita pelo procurador da República Thiago Simão Miller, foi motivada por queixas de pescadores à grande quantidade de cruzeiros que aportam em Búzios quase que diariamente, em determinados casos com até quatro fundeios simultâneos.
As hélices e âncoras dos navios geraram crateras no fundo do mar, como atestaram fotos feitas no local. Para retirar um dos pontos de fundeio, chamado "ponto Alfa", e dar sobrevida à pesca, a Capitania dos Portos baseou-se num estudo técnico dos impactos ambientais dos navios, realizado pela prefeitura com a Universidade Federal Fluminense (UFF), o Museu Nacional e o Instituto Estadual do Ambiente (INEA).
Uma proposta do INEA à Capitania dos Portos pediu um limite de dois navios aportados simultaneamente, além do fim do uso de âncoras para a atracação. A mudança nas normas atende à proposta do INEA e às cobranças feitas pelo MPF em sua investigação. Com o resultado alcançado, o MPF determinou a conclusão da apuração.
- A questão foi bem solucionada e com o consenso das partes envolvidas. Todos saem ganhando com esse novo ordenamento a ser implantado para a próxima temporada de cruzeiros em Búzios: os pescadores, com a preservação do ecossistema marinho; o município, que passará a receber uma quantidade de turistas condizente com a sua extensão territorial; além dos próprios turistas, que poderão transitar com maior conforto pela região - diz o procurador Thiago Simão Miller.
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