Com os cofres municipais entupidos de dinheiro – oriundos dos impostos e dos royalties de petróleo- o prefeito Mirinho Braga decidiu sabotar a economia privada da cidade. Ao que parece, a idéia do prefeito é deixar a sociedade ainda mais vulnerável, de quatro, refém de suas vontades para assim garantir uma tranquila reeleição. Uma sociedade fraca é facilmente manipulável. Como foi informado na ultima edição do Perú, a prefeitura de Búzios se reuniu no Rio de Janeiro com representantes da Marinha do Brasil, Inea e com o secretário estadual de Meio Ambiente Carlos Minc para limitar em dois, os pontos de fundeio de navios transatlânticos em Búzios. Atualmente, temos quatro. Com a redução dos pontos de fundeio, é bastante provável que nas próximas temporadas o numero de escalas caia pela metade.
Não custa lembrar que enquanto outros destinos turísticos brigam para receber os navios transatlânticos, Búzios luta para espantá-los. Parece que os turistas dos navios ofendem Búzios.
A questão aqui não é saber quantos navios irão parar em Búzios no próximo ano- mesmo sendo isso, uma questão importantíssima para a economia buziana. A questão aqui é como foi decidido o tema. Sem a participação dos comerciantes buzianos, da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos ou da Associação Comercial de Búzios. O encontro foi quase às escondidas.
Na base do achômetro
Para piorar a situação, a prefeitura de Búzios informou ao jornal O Globo que foi a marinha do Brasil quem decidiu pela redução dos pontos de fundeio em nossa cidade. A Marinha por sua vez refuta a afirmação e lembra que acatou apenas um pedido da prefeitura de Búzios e do secretário estadual de Meio Ambiente, senhor Carlos Minc que por sua vez fez o pedido em cima de um laudo precário, assinado por Fátima de Freitas Lopes Soares, Bióloga do Inea.
Interessante lembrar que em 11 de dezembro de 2008, a mesma Fátima afirma em documento que: a primeira tentativa de inspeção na área de fundeio em Búzios deu em nada visto que o navio aguardado não aportou em Búzios. Já na segunda tentativa, e, 26 de março de 2009(já com Adriana Saad como secretária municipal de Meio Ambiente) o navio MSC Ópera já se encontrava ancorado. Abaixo, parte do laudo da bióloga.
"Como da vez anterior, não foi possível realizar qualquer tipo de coleta que fosse representativa do possível impacto ambiental ... Considerando que as duas tentativas foram frustradas e que não ocorreu por parte do Ministério Público nenhuma outra convocação... desta forma, mesmo sem a qualificação física do impacto produzido pelas embarcações na enseada de Búzios... por outro lado, fundamentados na experiência de trabalhos em áreas portuárias... visando dar conhecimento ao Ministério Publico da avaliação técnica a respeito do fundeio das embarcações serão apresentadas a seguir", palavras de Fátima Freitas.
O mesmo documento ainda mostra que o ponto Alfa tem profundidade média de treze metros e que a distancia entre o casco dos navios e o fundo do mar fica na faixa de 7 metros - bem acima do que afirmou a secretária municipal de meio ambiente Adriana Saad, para quem o casco dos navios ficam a apenas um metro do fundo do mar. Mostra também que os navios são dotados de um dispositivo de propulsão chamado Thruster Bow, que permite ao Capitão mover o navio a bombordo ou estibordo sem usar o motor principal, o que diminui o turbilhonamento do fundo do mar.
Em seu laudo mais que precário a bióloga ainda sugere a instalação de bóias de ancoragem. Bóias que segurem navios com até 100 toneladas. Esse laudo, com pequenas modificações foi assinado em duas datas por Fátima Freitas Lopes Soares. Em 21 de maio e em 05 de novembro de 2009. Foi baseado nele (no laudo) que o prefeito de Búzios e o secretário estadual de Meio Ambiente pediram a suspensão do ponto Alfa, liberando apenas os pontos Bravo e Charlie.
A cidade de Búzios é hoje o principal destino dos navios transatlânticos. A temporada vai de novembro a abril, ou seja, já temos seis meses de escalas. O comércio depende desesperadamente desses turistas. Os empresários náuticos de Búzios idem. Mesma coisa aquela feirinha de bugigangas da Orla Bardot, que Mirinho criou e investiu em sua expansão. Os comerciantes dos Ossos e da Orla Bardot vão sofrer com a redução das escalas. Muitos imóveis deixarão de ser alugados. Carlos Minc, Mirinho, Ruy Borba e a secretária de Meio Ambiente Adriana Saad não estão preocupados com nada disso. Todos os meses uma boa grana fácil cai em seus bolsos.
Na temporada 2009/2010, os turistas dos transatlânticos deixaram na cidade de Búzios quase um milhão de reais, segundo a EMBRATUR. Na atual temporada, a previsão é que esse número aumente consideravelmente. Daqui pra frente depende do prefeito. Mas ao que parece, Mirinho se acha dono da cidade. Faz o que bem entende sem escutar ninguém. Nosso prefeito aos poucos está entrando em simbiose com seu secretário Ruy Borba, a face mais nefasta do governo. Nessa relação simbiótica, Mirinho está pegando todos os vícios do Ruy. Daqui a pouco ficará difícil diferenciar um do outro.